quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Cansada

Hoje li isto no LinkedIn...  - sítio onde toda a santa alminha despeja as suas grandes conquistas e feitos (mesmo que depois se vá a ver e estejam infelizes até ao tutano). Dizia uma moça chamada Marlene, em jeito de comentário ao um lamento de mais uma rapariga desempregada:

Compreendo bem o que sentes! Também estou à espera que o ciclo passe, também me sinto esmagada pelas vidas perfeitas das redes sociais, também me sinto obrigada a vir aqui e a mostrar a profissional que sou (e eu que não sou nada boa a "vender-me") porque tenho de recomeçar a trabalhar antes que dê em louca. Também penso duas vezes se devo partilhar este comentário porque não é boa onda falarmos das nossas fragilidades. Também eu estou cansada que me digam: aproveita o tempo livre para fazeres coisas de que gostas. Também eu me sinto culpada porque me queixo sempre da falta de tempo para os meus hobbies e agora sobra-me tempo e não me apetece fazer nada com ele. Também eu queria carregar no off e só voltar quando tudo fizer sentido outra vez. Não estás sozinha. E até suspeito que muitos dos que aqui partilham as suas histórias de sucesso nos acompanhem. Mas como sabes: não é bom não mostrarmos quão felizes estamos nos nossos desafios, quão gratos estamos à vida! Temos de andar para a frente... é o que é!

Podiam ser minhas as palavras dela. Isto de vidas perfeitas: só vistas de fora mesmo.

Mas não desisto. Um dia vou conseguir erguer-me novamente. Aos poucos isto tem de ir... só pode. Para trás nunca, para a frente sempre. O problema é a puta do ponto de interrogação, do não saber de todo o rumo disto. Por um lado aquela sensação de: há mil oportunidades à tua frente. Por outro é saber qual vai bater à minha porta, ou qual aquela pela qual vale a pena lutar.

Aqui e ali algo surge, mas qualquer dia tem de surgir algo grande mesmo! Senão, não dá.

É uma merda.

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