quinta-feira, 30 de junho de 2016

O Brian

E o Brian morreu hoje. Mais um menino que vai embora por causa do maldito cancro.Todos ajudam, todos colocam dinheiro na conta. No fim de nada vale. Ameniza os custos dos tratamentos, mas não os salva da dor ou da morte. Fico descrente em Deus e no destino. Porque raio nasce uma criança para depois isto acontecer? Não me esqueço das fotografias do miúdo. Cabeça rapada e o olhar... triste, muito triste, vazio, zangado, incomodado com a dor, com o mau estar permanente. Lembro-me de um vídeo em particular: a mãe tenta dar-lhe um xarope líquido (alguma droga que tem de tomar regularmente, parte do tratamento). A mãe fala com ligeireza, tenta amenizar a situação, tentar animar o filho. Não imagino o que sente ao vê-lo constantemente naquele estado. Que injustiça que deve sentir... Ele chora, não quer tomar, toma a custo. Tem lágrimas a correr pela cara.

Tanto sofrimento.

As crianças não deviam morrer.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Como nascem os bebés

E chegou finalmente a conversa. Em modo light e sem grandes sobressaltos (a não ser no meu coração, com receio de dizer algo muito forte ou gráfico).
Na cama, ao adormecer, eu em modo mimos, ele aninhado, embrenhado naqueles vários pensamentos que tem e que lhe saem antes de adormecer:
- Ó mãe, como é que os médicos tiram os bebés das barrigas das mães? como é que eles saem?
- Hum... bom... é assim: pode ser de duas maneiras: ou saem pela barriga das mães: os médicos dão um corte pequenino na barriga e tiram de lá o bebé (e depois voltam a coser, é uma operação), ou saem pelo pipi...
- Humm... mas como é que saem pelo pipi?
- Os bebés quando nascem são mesmo muito pequeninos e então conseguem sair por aí. Quando já está na altura os médicos vão lá e puxam o bebé cá para fora.
- Mas e quando cortam a barriga... como é que não dói??
- Não dói porque os médicos antes dão uma pica, uma espécie de vacina, que faz com que não doa.
- E quando tiram os bebés pelo pipi... usam luvas? (e começa a escangalhar-se a rir!!!!)
- Sim... (estou curiosa com o que aí vem)
- Que é para não ficarem cheios de xixi nas mãos.... ahahahahahahaahah (não consegue parar de rir lol Pronto, tinha de vir a conversa do xixi.)
- Lol, não é por causa disso. É por causa de estar tudo limpinho para o bebé e para a mãe. Têm as mãos bem lavadas e usam luvas.
- Ah está bem...

E pronto, assim foi a primeira conversa mais explícita sobre como nascem os bebés, aos quase 6 anos de idade. A primeira tinha sido pelos 3 anos (estava eu grávida do P.) e na altura teve direito a uma explicação muito vaga sobre os médicos. "Ah tiram com ferramentas o bebé da barriga?". E eu "sim, é isso mesmo!", isto numa altura em que ele andava vidrado com uma caixa de ferramentas de brincar.

Estou ansiosa pelas próximas perguntas :) Imagino as conversas que vão pelo pátio da escola.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

E aindaaaa mais conversas do M.

Depois de ler a história sobre os cavalinhos das cores que eram a mistura das cores dos pais, antes de deitar:
M.: E o cavalinho era cinzento porque era a mistura do pai preto e da mãe branca.
Eu: Isso mesmo. E os outros cavalos a mesma coisa.
M.: E o cavalo laranja era a mistura do pai vermelho e da mãe amarela.
Eu: Exacto.
M.: Então eu sou a mistura de ti e do papá.
Eu: Sim! Todos os meninos ou animais são o resultado da mistura dos pais.
M.: Pois... E o mano é a mistura de ti, do papá e de mim!!
lollll Adorei o raciocínio :)
Eu: Não. O mano é também a mistura de mim e do papá. Por isso é que vocês são irmãos. Porque são ambos a mistura de nós os dois.
M.: Então nós somos iguais!!
Eu: Não são iguais, mas são muito muito muito parecidos!
M.: Ok.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

E mais conversas ainda

- Porque é que amanhã não podes ir ver o corta-mato que vou fazer na escola?
- Porque tenho de ir trabalhar...
- Mas há lá pais a verem...
- Mas eles nesse dia devem poder. O pai não está cá e a mãe amanhã não pode amorzinho, não posso sair do trabalho.
- O ano passado foste ver!
- Deve ter calhado numa altura em que pude, por alguma razão.
- Eu gostava que visses...
 - Eu também meu amor, ia adorar, a sério que ia...

(Estas são as conversas que me matam.)


P.s. Quando chegou a casa à noite e lhe perguntei sobre o evento, contou-me que tinha ficado em terceiro lugar. So proud! :)


M. com 5 anos, quaseeeeee 6.