sexta-feira, 17 de abril de 2015

7 meses

O meu batatinha lindo fez 7 meses. E para comemorar o mensário lembrou-se de começar a virar-se para baixo, quando está no tapete de brincar. Nunca o tinha feito e foi uma alegria! Fica com o braço preso e tal durante uns segundos, fica atrapalhado mas depois lá acalma. Parece-me que daqui a gatinhar vai ser um passo. Também já faz a gracinha de por a chucha na boca sozinho. Se lha dermos para a mão 5 vezes seguidas, das 5 vezes ele consegue mete-la na boca.
O meu grandão de olho verde está um crescido!

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Diário dos 6 meses do P.

Não tem sido fácil fazer os relatos mensalmente, o P. que me perdoe, mas de facto ser o 2º implica que há mais outra criança que precisa do nosso tempo. E assim os meus relatos para registo futuro andam um bocado atrasados. Mas aqui vai:

- O P., tal como aconteceu com o M. já começou a comer sopa com carne, algo que ainda não aprecia muito, mas com a fruta à mistura tudo marcha.

- Tudo marcha mesmo, abre a boca por tudo e por nada. Até o antibiótico marcha e quer mais!

- Depois de 1 mês na creche, lá veio a constipação seguida da previsível otite. Mas já se safou melhor do que o irmão, que ainda estava no período de adaptação à escola e já estava com uma bronquiolite. Este já aguentou mais tempo sem nada. A ver vamos, mas o tempo está do lado dele - se tudo correr bem, o tempo quente e não frio vem aí.

- Adaptou-se bem à creche. É um vendido e qualquer um que olhe para ele é brindado com um sorriso. Por vezes é mais esquisito e olha meio desconfiado. Ou faz beicinho e chora até.

- Adora papa láctea!! lambe-se todo. E adoraaaaaa fruta! Faz uma careta ao início mas depois é tudo a marchar em tempo recorde.

- Senta-se com ajuda. Se o largamos cai. Ainda falta para estar autónomo.

- Mete tudo à boca e mordisca tudo. Há dias em que a baba lhe cai de tal modo que se não tiver um babete molha a camisola toda. Sempre que lhe damos um beijinho ou ele nos toca com as mãos há sempre a bela da baba à mistura. O M. acha nojento e diz logo Iahhhhkkkkk e limpa a cara com a mão ahahaha

- De barriga para baixo no tapete não aguenta muito. Detesta estar assim. Parece uma barata tonta e começa a queixar-se passado pouco tempo.

- Adora brincar com os seus objectos, tanto na espreguiçadeira como no chão com o seu "ginásio".

- Consigo sair do sítio onde ele está deixando-o sozinho uns bocados, enquanto faço outras coisas. Mas há alturas em que fica tão agitado e queixa-se tanto que tenho de o trazer para o pé de mim ou ir eu fazer algo para o pé dele. E "pede" muito colo.

- Ao colo não está quieto. Mexe-se imenso e ninguém o aguenta muito tempo porque é muito pesado.

- Veste roupa do M. de tamanhos para 9 e para 12 meses. É mesmo muito alto para a sua idade.

- Lá vou ter de largar os cordões à bolsa e comprar uma cadeira (sem ser ovo, mas para miúdos muito pequenos) rear-facing, porque daqui a uns meses já não vai caber no ovo, mas não pode de todo ficar virado para a frente tão cedo.

- É um bebé calmo e muito sorridente que só gosta de palhaçadas. Espalha charme por onde vai.

- À noite se acorda lá se consegue autoconsolar. As mãos tocam uma na outra, ou então vai tocando num bonequinho-fralda que tem na cama e a coisa vai. Claro que isto nem sempre funciona e lá temos de ir por a chucha.

- Tem fases. Há alturas em que dorme a noite toda sem acordar e outras em que acorda várias vezes muito irrequieto (mas há sempre um motivo - um cocó fora de horas, um medicamento que provoca insónia). Deu até há uns dias atrás noites muito más, semanas pavorosas em que pensamos que já não agüentávamos mais. Para, de repente, voltar ao seu sono de noite toda sem atribulações. Vá se lá perceber.

- O café agora é o nosso melhor amigo. Placebo ou não é o que me faz trabalhar sem adormecer durante o dia.

- Quando está agora na cama, ou deitado, tenta com todas as suas forças levantar-se. Faz uma força incrível. Ou seja, estamos a uns dias de lhe baixar o berço. Ah e acha muito curioso a câmara que está presa ao berço dele. Como dorme com os pés junto a ela, agora a atividade favorita é tentar acertar na dita. Quase todos os dias tenho de a voltar a prender melhor ou endireitar.

- Adora o banho. Mas detesta vestir-se. A banheira pequenina já deixou de servir com pleno conforto há muito, mas lá o vamos aguentando nela porque não temos uma tampa para a banheira a seguir, para bebés maiores. É uma das coisas para fazer da "to do list"

- Já reconhece o nome dele. Sempre que o chamamos olha.

- A TV é uma excitação, vira-se e revira-se (onde estiver) para tentar ver algo. Não o deixamos (qual Baby First qual quê... os bebés não devem ver televisão e acabou). Há uma frase que digo sempre que o apanho todo virado a ver algo "Os bebé não vê tevisão!!" assim meio abebezado mas em tom de "não podeeees". Ele vira-se logo para mim, mas depois safadolas farta-se de sorrir e segundos depois já ignorou a minha ordem...

- Adora colinho e atenção, claro.

- Desfaz-se em sorrisos quando o irmão lhe dá atenção. Cheira-me que quando souber andar vai andar sempre atrás dele.

- Tem olhos claros e grandes. Tem cartão de cidadão há 1 mês e na foto só se vê é olhos. É muito giro.

- Tem cabelo clarinho e tem cada vez mais carinha de miúdo e não de bebé.

- Sempre que espirra ri-se imenso, acha muita piada a isso. E espirra sempre que passa do escuro para a luz (de manhã por exemplo). O M. era igual. O T. é igual.

- Não consigo arranjar botinhas de bebé (algo molinho, sem ser sapato mesmo) para o tamanho de pé dele!! tudo o que há já são sapatos de gatinhar... Ou seja, vai andar de meias até começar a gatinhar (o que não é problemático de todo, não gosto muito de ver bebés de 4 meses (por exemplo) com sapatos duros, não percebo o conceito, nem onde está o conforto).

- Dorme pouco durante o dia. Mas normalmente em casa, ao fim de semana, consegue estar mais descansado e dormir mais tempo nas 2 sestas pequenas. Na sesta da hora de almoço dorme mais ou menos o mesmo, depende dos dias.

- Come que se farta.

- Embora tenha uma cara diferente do M. (olhos maiores, cara mais redonda e bolachuda, testa quadrada) tem as mesma expressões. É muito curioso ver isso.

- É o bebé mais lindo e querido do mundo!

No casulo

As notícias de telejornal nos últimos dias têm sido engraçadas... a culminar com o assassinato ontem de um bebé de 3(!!!) meses. Assassínio: o pai.
Não sei o que pensar de tamanha crueldade... Tento fechar na minha mente a imagem que teima em aparecer. E tento não pensar no que estará neste momento a sentir a mãe, enquanto boa parte do mundo (incluindo eu) está confortavelmente a ver TV ou a fazer algo corriqueiro.

Depois, hoje, enquanto termino de arranjar a lancheira do M. para amanhã, vejo o final de uma reportagem (Grande Reportagem na SIC) sobre refugiados de vários países em vários países (pelo menos foi o que me pareceu). Um rapaz (penso que sírio) descreve a sua viagem de barco com mais umas centenas de pessoas. A certa altura o barco afunda-se. Ele fala de estar a ser puxado para baixo pelo barco. Felizmente tanto ele como a família safam-se. Não tiveram a mesma sorte umas 200 pessoas desse barco. O miúdo deve ter uns 10 anos e já viu e viveu coisas que malta com o quíntuplo da idade nunca verá (felizmente).
Noutra cena o pai descreve que uma mulher deu à luz um bebé nesse barco, nessa fatídica viagem. Estavam 12 médicos no barco. Penso mais alegre: ah um milagre no meio daquela tristeza! O pai continua: a mulher morreu. A jornalista pergunta: e o bebé?
Também morreu.
Sinto um balde de água fria do choque.
O bebé. Recém nascido. Mais valia não ter nascido. Um momento tão importante para ser reduzido a nada num processo cheio de dor.
O relato segue-se com o número de crianças que morreram nesse barco.
O miúdo inicial, está orgulhoso por estar a aprender alemão. Fala fluentemente inglês, aprende alemão e parece bem espevitado para a vida. Tem um futuro pela frente.
Parece-me que o pai sobrevive apenas. Perguntam-lhe se pensa naquilo (o barco) frequentemente. Ele diz: sempre. Sempre. Todos os dias. Sempre que vamos dormir. É impossível não pensar.

Depois de mais um dia de trabalho, depois de ir buscar o Batatinha pequeno à escola e receber um mega sorriso desdentado que me aquece a alma, depois da azáfama familiar à hora de jantar, subo calmamente as escadas até ao quarto do bebé. Ele já está vestido com o pijama. E no nosso ritual habitual fecho as persianas em silêncio e corro as cortinas. Ao meu colo ele olha para todo o lado como se visse tudo pela primeira vez, a chuchinha em grande acção. Está bem cansadito (como sempre aquela hora, cedo para nós, já tarde para ele). Sento-me na cadeira nova perto da janela. Ikea. Bem confortável. Acendo uma pequena luz. O suficiente para transmitir que agora é o fim do dia. O suficiente para nos vermos. Ajeito-o ao meu colo. Um bracito para trás das minhas costas, o outro encostado ao meu peito. Ele suspira e agarra com a sua mãozita livre a minha camisola. A outra atrás vai tocando no tecido da cadeira. Suspira de novo. Já sabe que o espera o mimo e o sono. Faço-lhe festinhas ternurentas na cabecita (cada vez com mais cabelo). Passo-lhe o dedo na bochecha, na testa, à volta dos olhos. Ele vai pestanejando. De repente, passa do silêncio para o choro cheio de sono e contorce-se. A chucha cai. Volto a metê-la. Acalma novamente e faz a breve e maravilhosa cantilena do adormecer. Passado um minuto ou dois dorme calmamente. Aproveito o momento e fico ali mais uns minutos (e a rezar para que não acorde no momento em que o pouso no berço!). Fico ali a sorrir para aquela carinha linda a dormir.

E não consigo evitar pensar que aquela carinha (e a outra que deve estar quase a lavar os dentes nesse momento) tem a sorte de viver com pessoas sãs de mente, pessoas que o amam profundamente, que sempre o protegerão, que lhe tentam dar a maior qualidade de vida possível, num país sem guerras, num ambiente pacífico.

Os meus filhos estão no meu casulo. Sobre a minha asa, o tempo maior que eu puder te-los.