... como se fosse o nosso último dia.
Ultimamente tem-se ouvido muito isso, especialmente depois da morte de 2 jogadores de futebol conhecidos (um mais do que o outro). Não me vou alongar nesse assunto. No que vou pegar é nessa frase. Como se apenas na tragédia dos outros é que nos lembrássemos que a vida é para ser vivida ao máximo porque tudo pode acabar num piscar de olhos.
Pode sim. Mas essa frase não cria também alguma ansiedade? Que stress só de pensar que todos os dias teria de fazer incrível e intenso porque a vida "são 2 dias". Ou que tenho de ir fazer a ronda à família e amigos e dar abraços como "se nunca mais fosse abraçar na vida". Ou ligar a toda a gente a dizer Gosto de Ti... Epa...
O que vamos fazer mais? andar a 400km/h num carro porque até temos curiosidade? experimentar uns cogumelos porque ouvimos dizer que dá uma "trip incrível"? ir à China a correr porque talvez seja um sítio super improvável de ir? desgraçar-nos em restaurantes de topo porque nunca se sabe se podemos numa comer uma experiência gourmet de 500 euros? fazer bungie-jumping quando não temos vontade? sair todas as noites dançar?
Então, mas depois não nos vendem o slow living? Ou esse é só quando nos esquecemos que a vida é finita?
E se viver intensamente como se fosse o nosso último dia for apenas estar num sítio verde (claro...tinha de ser) a olhar para árvores e pássaros, comer uma simples refeição e deitarmo-nos numa cama de rede num alpendre a observar aquele mundo?
Ainda bem que não sabemos quando morremos, senão dava tudo em doido.
Aproveitar a vida é fazer o que quisermos. Sem regras ou frases feitas.
Sabem o que fiz depois de ouvir a notícia dos jogadores? Fiquei de coração apertado pelas famílias deles, sobretudo pelos pais sim. Mas sabem o que fiz? Nada.
Sem comentários:
Enviar um comentário