Mais um pequeno texto, mais uma pequena deambulação, mais um texto que vai cair no vazio da net.
A esta altura meus caros miúdos já vocês serão adultos e terão vivido muita coisa, espero eu: amores e desamores, casamentos e/ou separações, amizades e "desamizades", empregos e desempregos, filhos(?) etc e tal. A vida é isso e há que aceitar o bom e o mau.
O mau por vezes é perdermos um amigo, perdermos um emprego, morrer alguém, essas coisas que ninguém que viva a vida se escapa.
O muito mau é, na minha opinião, aquilo que nem sempre está à vista. Aquilo que nos vai na alma e nos acompanha sem ninguém saber. Uns desconfiam, mas nunca espreitaram de facto lá para dentro. Como irão saber, não é? Depois para os outros temos reações mais estranhas... reações mais afastadas, desligadas, aéreas. Ou pelo contrário, mais agressivas e impulsivas. As pessoas pensam que é um traço de personalidade. Mal sabem elas...
Por vezes, são só consequências da dor e do amor profundo que cá vive dentro. Aquela dor/amor que estupidamente às vezes até é calmo, que conseguimos ir gerindo, mas que por vezes dilacera a malta.
E eu amo profundamente. Um amor que nunca passou realmente. (Quem nunca amou e foi forçado a trancar esse sentimento a sete chaves para poder viver em paz?). Aquele amor que, quando pensamos em certos pormenores, nos faz ficar de coração apertado. Fica quentinho e saudoso e feliz. Mas apertado. Contrai-se levemente. E pensamos: isto não é nada. Esquece.
Amamos muita gente e muitas coisas na vida e cada amor teve ou tem o seu propósito.
Há amores que duram sempre. Pensas: gostarei sempre desta pessoa. (seja uma amizade, seja um amor romântico). E convives bem com isso.
A questão é que há amores em que não aceitas. Em que pensas como é possível o teu coração bater baixinho, discretamente e ao mesmo ritmo passado tanto tempo. Há amores que convivem com outros amores diferentes, porque é possível amar de várias maneiras. Mas às vezes esses amores (os primeiros que convivem ainda com algo) são dificeis de ultrapassar, porque não sabemos bem porque é que amamos. Há pessoas de quem dizemos: amo-te porque tens esta e aquela e aqueloutra qualidade. Depois há aquelas pessoas que amamos e nem sabemos bem porquê. Há aquele mesmo olhar para as mesmas coisas, aquela sensação que se entranha de mansinho e não sabemos bem porque isso acontece. Já nem falo de paixão. Essa definitivamente é fogo que arde sem se ver, mas que vai diminuindo. A questão é quando esse tal amor estranho também arde. E às vezes é fogo. E é tão dificil apagá-lo. Tão difícil. Pergunto-me se é mesmo possível...
E se não for? Vive-se a vida toda a ver sítios e novas paragens e novas experiências e a pensar secretamente com uma tristeza escondida o que pensaria o tal amor estranho disto ou daquilo? Ou vive-se a vida a aceitar que nem todos vêm com as mesmas lentes que nós e está tudo bem, e há outros amores que também valem a pena? Consegue-se resistir/viver? Ou eventualmente aceita-se que o que teria de ser, será, e até lá vivemos a nossa vida? Somos nós que o definimos? Ou é o destino que decide por nós? (sei de muitas partidas que o destino já pregou a muita gente)
Temos sempre uma vaga e romântica esperança/desejo que o Amor vence tudo. Vence? É verdade? Ou o que sempre ganhará é o Medo?
Se calhar nunca se saberá.
Mas por vezes acho que o Amor-Próprio, esse é que tem mesmo de vencer. O amor que temos por nós, para nos pouparmos. O amor que temos pela nossa pessoa esse sim é que tem de nos liderar.
Espero que aprendam isso meus caros. É importante.
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