terça-feira, 15 de abril de 2025

O sonho

Hoje sonhei com uma certa casa e uma mulher.

A casa era enorme. Muito grande mesmo, quase desproporcional. Eu estava num hall gigante entre quartos. Estava lá o que parecia ser uma equipa de pessoas (pareciam ser só homens). Não sei o que estavam ali a fazer, talvez fosse um encontro para alguma atividade, talvez estivessem lá uns dias a pernoitar para depois seguir para algo. Todos pareciam conhecer-se.

Eu estava a dormir num sofá nesse hall. Era de manhã muito cedo. Não faço ideia porque estava ali, mas ia vendo as pessoas a levantarem-se à minha volta e a ir tomar o pequeno-almoço. Era como se estivessemos todos acampados ali. Eu sabia que uma mulher podia aparecer por ali. A certa altura aparecia um homem e falava qualquer coisa comigo. Depois descia as escadas. 

Eu decidia então que também devia comer algo. Olhava em volta e distraía-me a ver uns pratos na parede, ficava em silêncio a observar o tipo de decoração do hall. De repente, como por magia, estava uma mesa enorme de carvalho muito escuro, muito pesada e muito trabalhada, no meio daquele espaço. A mesa não fazia sentido ali, parecia ter vindo de um castelo antigo e gótico. Tinha alguma comida em cima; e então surgia uma mulher jovem com um jarro de leite na mão. Era ela. 

Sorria para mim e perguntava-me se eu queria leite. Não faço ideia do que respondi. Observava-a com espanto. Era muito mais baixa do que eu, muito pequena e magra; cabelo bem comprido e super encaracolado como se tivesse feito uma permanente. A cara era diferente do que eu me lembrava. O cabelo tinha uns laivos de cor, uns caracóis mais claros. Eu estava espantada. Ela não era o que eu esperava.

Depois ela desaparecia e eu estava sozinha na casa. As portas dos quartos estavam abertas e eu queria entrar e ver o que tinha mudado, a mesa com comida tinha desaparecido. Os homens todos já se tinham arranjado e saído, havia sacos-cama arrumados no chão. O sofá onde eu tinha dormido estava arranjado, tudo impecável. 

Depois acordei. 

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Casa cheia / dias cheios

Olá meus caros,

Estes últimos dias foram bons. Bem... bons e maus, mas a minha balança anda meio desequilibrada mesmo, por isso já era de esperar.

Um ambiente de cortar à faca porque a minha pessoa estava em modo animal enfurecido... Os amokes da perimenopausa? O período que está sempre a ameaçar que vem mas não vem e sinto todo o meu corpo a explodir inchado e irritado? 

De qualquer modo os dias estiveram soalheiros e quentes o que anima um bocado o espírito e vai daí o jardim ficou finalmente mais arranjado, os vidros limpos, e a alma mais lavada (excepto quando percebi que arrancaram uma planta que tinha plantada há anos, sem me perguntarem nada, o que levou a minha pessoa a transformar-se basicamente no Hulk).

O ótimo é que o bom tempo traz os miúdos para a rua e, de repente, estavam os vizinhos pequenos do lado a vir ter connosco dar festas ao gato que se passeava alegremente pelos ramos e folhas arrancadas. E daí a mais uns minutos estavam mais 2 caras larocas pequenas a entrar pelo quintal adentro, muito curiosas. E todos alinharam em ajudar a tirar ervas 😆 Foi um belo trabalho infantil, mas desde quando é que crianças se recusam a ficar todas sujas de terra? Depois percebi que os mais novos era filhos dos novos vizinhos - conheci a mãe depois que apareceu lá muito preocupada por eles estarem a "estorvar".

Entre andarem de bicicleta e arrancarem ervas os miúdos lá passaram o tempo. O P. a ir à cozinha buscar copos e água para todos... muito giro de ver. Está grande e mais independente, o meu bebezão que já não é bebezão. Depois lá decidiram que queriam fazer um tour pela casa (devia ser para os novos miúdos conhecerem). Casa essa limpa e aspirada! até tremi quando olhei para aqueles ténis de todos eles. Mas a ordem foi clara: só entram em casa de meias. E assim foi! Lá rumaram escadas acima para conhecer os quartos dos meus miúdos e claro, o ex-libris, os vários Legos espalhados no chão do sotão. Uma amálgama de Legos recente da Star Wars, Ninjago, etc, misturados com Legos antigos que já veem da geração anterior.

Às vezes os miúdos olhavam para mim a tentar perceber se estavam a fazer alguma asneira, mas estava tudo bem. Adoro ter miúdos em casa e vê-los entretidos. Não me stressa absolutamente nada ter de depois arrumar algumas coisas que ficaram mais desalinhadas. É giro. Talvez seja o meu lado filha única que vibra com o oposto do que nunca tive - uma casa cheia e animada.

Depois o filme - o tão ansioso Minecraft. Nós e mais os 2 "extras" que vieram connosco. Adoro mesmo quando vêm mais miúdos (mas também se fica a perceber que os filhos dos outros às vezes são bem high mantainance lol). Ficam todos entretidos entre eles, é outra dinâmica. Depois iam-me explicando coisas que se passavam que eu, por não conhecer bem o jogo, desconhecia por completo. Nunca estive num cinema onde se batessem palmas e se gritasse a toda a hora. Foi toda uma experiência! Vibrar a sério com um filme foi o que vi ali pela primeira vez. Felizmente o filme estava bem feito porque eu não estava muito convencida com animais e um mundo todo quadrado. Mas gostei. e Muito! Valeria só de qualquer modo pelo Jack Black e Jason Momoa. Que personagens! Só o abanar de cabelo discreto mas convencido do Jack Black dava-me vontade de rir durante vários minutos. E o ar de estrela de rock dos anos 80 do Momoa... Opa... que maravilha! Era tudo tão tonto que puxava a miúda parvinha que há em mim e que acho que nunca vou perder.

Agora vêm férias da Páscoa. É planear e fazer turismo cá dentro, em Lisboa, basicamente. Ir a sítios que nunca fui (Aqueduto das Águas Livres e a Experiência Imersiva  Monet & Klint ali perto é uma delas). Ir à terra. Ocupar o tempo e a mente, curar as feridas, animar o espírito. Acreditar que o que me espera é bom, que vou divulgar mais a minha arte, que vou conseguir estabilizar e ter trabalho e ganhar dinheiro.

Quero andar ocupada e divertir-me. Por agora é só isso.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Não tive saudades tuas

Os meus miúdos estiveram 2 dias sem estar em casa. Programas giros e diferentes com o avô.

Quando chegaram à noite, disse ao mais novo: 

- Que saudades! (enquanto corria atrás dele e ele a fugir porque sou uma melga chata). Tiveste saudades minhas?

- Ó mãe... claro que não! Foram só 2 dias... nem me lembrei de ti...

Sacaninha...

Mas pronto LOL fico feliz. Feliz por estar a criar 2 seres que quando é preciso ficam fora algum tempo (chegam a ficar 2 ou mais semanas no verão) e aguentam-se bem e são independentes. Um dia vão efetivamente estar fora de casa e é melhor mesmo que eu continue a formar uma vida minha com os meus interesses e as minhas coisas. Porque eles sabem que estou lá, mas não precisam da minha presença a toda a hora.