A música é linda. O vídeo é delicioso. Can't get enough.
Doces para os meus doces... Um diário bem docinho sobre a vida d.M (depois da Maternidade)
sábado, 29 de março de 2025
Desabafo
Adoro ir a feiras e feirinhas. Coisas de aldeia ou coisas mais refinadas. Tanto me faz.
Hoje fui a um mercado muito conhecido que apresenta novidades 4 vezes ao ano (as estações do ano). Adorei tudo; estava tudo muito giro e colorido; um bocado crowded demais, mas é o que é, é aceitar que está bom tempo e as pessoas saem à rua; havia marcas de roupa, de sapatos, de malas, de bujigangas, de joalheria, de meias, de cosméticos, de decoração, de comida - tudo o que possam imaginar,. E não vou dizer que não é inspirador ver aquelas pessoas todas a empreender e mostrarem os seus trabalhos. É. E o local era verdejante e lindo. Mas...
... desmotiva qualquer um (pelo menos a mim!) olhar para o preço de, por exemplo, uma camisa de manga curta e ver no preço 79 €... E depois olho para os calções do conjunto (um pedaço de tecido bem curto) e estão marcados 69 €.
Mas... está tudo maluco?
A malta perdeu a noção?
Aquela empresa tem clientes?
Voltam esses clientes?
Fidelizam-se?
A empresa tem lucro?
Ou aquilo são hobbies e não pretendem faturar nada?
Ou de facto há um público rico que não se importa de gastar uma fortuna numa camisa simples beje?
Não percebo.
Birdy - Keeping Your Head Up
O que é que se passa que só ando a descobrir miúdas incríveis?
Adoro isto!
Nova coqueluche
Holly Humberstone - Scarlett
Descobri isto por acaso no Spotify.
Simplesmente adoro.
Adoro a música, a vibe da rapariga, o tom do vídeo, tudo.
Já está na minha playlist de ouvir para correr ou para ouvir aos berros enquanto guio.
P.S. Absolutamente adorava guiar um camião daqueles (vídeo). Quando era miúda o meu avó teve durante uns tempos uma carrinha enorme, super alta. Levava ali coisas da quinta ou da loja. Um dia pude ir no banco da frente (aqueles que eram corridos e onde cabem 3 pessoas e onde não há cintos). Parecia que estava no topo do mundo. Adorei!
sexta-feira, 28 de março de 2025
O violinista
Olá meus caros,
Como sabem sou uma sucker por boas histórias. E hoje trago-vos uma boa e curta história. Verídica e que me deliciou quando o protagonista ma contou.
Aqui há uns 2 anos fui a um almoço de família alargada. Já não me recordo bem qual era o propósito do evento. A minha família alargada tem um elemento que é músico e nesse dia levou 2 amigos (músicos também) para tocarem algo para toda a gente.
Eu não conhecia os senhores de lado nenhum, mas calhou estarmos na mesma mesa redonda (a minha sorte!), que nem os cavaleiros da Távola Redonda. Eu caladinha que nem um rato, completamente à parte, a ouvir a conversa já que sou uma excelente ouvinte e não tinha realmente nada para dizer. Eles partilhavam entre si histórias engraçadas de concertos que tinham dado etc e tal. Ambos eram violinistas e estavam um bocado a armar-se numa de "a nossa vida é tão interessante e na viagem para tocar não sei onde aconteceu isto e aquilo". Ambos tinham os violinos consigo, pousados ao seu lado.
A certa altura alguém perguntou: "É esse o tal violino?". E um deles: "Sim, é, agora toco sempre com ele." Que nem um cãozinho que ouviu a palavra "biscoito" quase senti as minha orelhas levantarem-se. Tremeram de excitação.. "o tal violino? que tal? o que tinha o violino?" Olhei para a caixa e era uma caixa velha, madeira gasta. O tal senhor tirou o violino de lá e, para mim, nada a apontar: um simples violino também ele com ar gasto e antigo, bastante usado.
A conversa continuou: "Então mas ó X, já o meteste no seguro? Já está coberto? quanto é que te pagam se o perdesses ou se se estragasse?". Eu a leste, sem perceber nada. Porque raio teria ele um seguro para aquele violino. Perdi a vergonha, a curiosidade falou mais alto, meti então conversa e perguntei o que tinha aquele violino de especial. E a minha curiosidade foi saciada.
Há algum tempo atrás esse músico (um homem muito magro, normal, nariz comprido, cabelo liso com risca ao meio) tinha tocado em alguns bares num cidade qualquer estrangeira (não me lembro já dos vários pormenores da história, mas o tom geral do que vou contar aconteceu mesmo). Ele tocava violino volta e meia em alguns sítios.
Uma noite, uma senhora mais velha que o tinha visto tocar algumas vezes, no fim da atuação foi falar com ele. O falecido marido dela também tocava violino e ela não o queria deitar fora ou dar/vender a qualquer pessoa. Era um instrumento que fora muito querido e ela queria passá-lo a alguém que pudesse dar uma vida especial ao som que saía dali.
Como gostou do sentimento que esse músico transmitia ao tocar... achou que ele seria um bom canditado. Ele concordou, dado que era algo especial para ela. Combinaram então que um dia ela lhe traria o violino. O violino foi entregue (foi literalmente dado) e rumaram para Portugal novamente. Um dia, por curiosidade, perguntaram-lhe porque é que ele não levava o violino a ser avaliado dado que tinha um excelente som. O músico assim o fez. E pasme-se... era um instrumento valiosíssimo, de uma marca super valorizada no meio, já com bastantes anos e uso o que lhe dava ainda mais valor. Era um violino bastante antigo, e ele conseguiu arranjar os papéis e certificado a comprovar a origem e valor do dito. Disse-me que nunca iria vender o violino, que tinha feito o seguro por uma questão de assegurar um bem valioso, mas que queria continuar a tocar com ele, e continuava a levá-lo para todos os lados.
A história é só essa. Na altura contei-a fascinada a algumas pessoas, inclusive da família mais próxima. Todos acharam piada e passaram à frente. Era apenas uma história engraçada, uma coincidência.
Eu não passei à frente...
Enquanto o músico me contava esta história simples, a minha mente visualizava já o cenário do bar onde ele tocava, as pessoas a passearem lá fora em noites frias, um toque de jazz no fundo, a senhora a ouvi-lo várias noites seguidas, a bebida que segurava ao ouvi-lo, o seu aspeto (para mim tinha cabelo comprido enrolado num carrapito e ar boémio mas simples e muito envelhecido), ela a contar-lhe coisas do marido, ele a ouvi-la porque não queria ser mal-educado mas a desejar ir rapidamente para casa porque estava cansado... Essas coisas. Imaginei a vida que ele teria meses antes deste encontro se dar e de ter nas mãos o seu novo violino mistério. Talvez uma história de amor fugaz, talvez um antigo amor redescoberto, talvez o enfrentar um amor de anos que estava a acabar... Qualquer coisa podia ser. Quase cheguei a ouvir a música, na minha cabeça, que tocava se esta história fosse um filme. Um filme tom francês noir. Isto bem explorado e com uns pozinhos extra daria um excelente filme. Era só construir uma boa história romântica à volta dele. O violino era só o mote.
Para todos à minha volta foi apenas uma curiosidade gira de se contar. Para mim foi todo um romance/filme que se desenrolou na mente.
Se calhar devia escrever uma história sobre isto. Porque para mim esta história é só incrível!
sexta-feira, 21 de março de 2025
Ser "casa" de alguém
Olá meus caros,
Às vezes há pessoas que nos tocam profundamente. Surgem na nossa vida e não sei porquê há aquela sensação de que podemos falar de tudo livremente, sem julgamentos, sem nos contermos. Porque sabemos que mesmo que achemos que o que o outro está a dizer é parvo ou não faz sentido, mesmo que discordemos totalmente, sabemos que podemos discordar e dar a nossa opinião e talvez até ser bruto/a ou direto/a na maneira como o fazemos, que mesmo assim a outra pessoa ouvirá e vai digerir a informação e vai-nos dizer sempre o que pensa.
Se tiverem alguém assim na vossa vida (um amor, uma grande amizade, o que for) mantenham-no/a perto.
Saber que somos casa (espiritual, emocional, entre outros) de alguém... vale ouro. Se for recíproco, ainda melhor.
A vida é feita disso, senhores. Não interessa o tamanho da nossa casa, quintal, se temos muita roupa ou pouca. Isso são tudo bens materiais que no fim de contas nada valem para a nossa alma (acredito piamente nisso, daí não ter grandes objetos ou bens a que seja agarrada). São coisas boas, mas não são essenciais. O que interessa são as relações que criamos com os outros.
E tu aí desse lado, se estás a ler isto é porque de certeza que fazes parte da minha pequeníssima lista de casa. 💓
quinta-feira, 20 de março de 2025
"Horários trocados"
Horários trocados...
Horas sem fim...
Fim à vista?...
Ou vista sem fim?...
Troquei as horas?
Ou elas trocaram-me a mim?
Foi uma piada do destino?
Ou os deuses a rirem-se de mim?
Foi um dia a uma hora
Viu-se a hora a passar
E transformaram-se as horas
As horas passam devagar
E a vida, essa segue
Sempre a tecer e a tramar
sexta-feira, 14 de março de 2025
Beleza - conclusão
Encerrando o tema anterior, deixo aqui a conclusão mais brilhante de todas:
"Tal como existem vários tipos de inteligência, também existem vários tipos de beleza, mas porque esta está sobretudo nos olhos de quem vê, mais do que ser bonito/a, o importante é encontrar quem nos veja realmente."
Não há muito mais a dizer de facto...
quarta-feira, 12 de março de 2025
Beleza
Aqui há uns anos escrevi isto que se segue. Gostei de reler.
BELEZA
"A beleza
está nos olhos de quem a vê".
"A beleza é subjectiva."
"Quem ama o feio bonito lhe parece."
Serão verdadeiras estas frases? Penso que sim. Nos meus sábios, ou nem por
isso, 35 anos, se há coisa que aprendi é que a beleza imediata e física dura
uns minutos. Pronto, uma semana. Ou duas. Ou um mês. Mas o que de facto
nos prende a alguém, seja um namorado, amigo ou familiar, é a sua
personalidade. Isso determinará o sucesso da relação. Porque quando se
gosta de alguém conseguimos sempre encontrar algo de belo nela.
A beleza é um tema de amor/ódio para mim. Amo-a e odeio-a. Amo-a porque adoro
coisas bonitas: sejam elas em forma de arte (bolas, lá vamos parar à
subjectividade outra vez), aos traços físicos de alguém, à comida, a
uma imagem, a um cheiro. Tudo isso pode ser Beleza simplesmente porque nos
provoca prazer. E a beleza supostamente provoca sempre prazer.
Mas houve uma altura em que falar nisso era uma tortura. Falar em beleza era
admitir que eu não fazia parte dela de modo algum. E essa demarcação durou uns
8 anos, desde os meus 12 aos 20. Não sei se chegou a tão tarde, mas só a
partir dessa altura é que consegui olhar para mim e aceitar que o que via
nas fotografias era o que via ao espelho. Era eu e tinha de gostar dos meus
traços.
Hoje em dia fala-se em bullying como se fosse um novo conceito
que só agora surgiu. Caramba, isso existe desde que existem putos estúpidos. E
putos (ou p..as) estúpidos existem desde sempre, apenas não havia um nome
pomposo para o sofrimento que causavam, nem o mundo todo (net, facebooks, etc)
a tomar conhecimento disso.
Desde que nasci, sempre fui uma criança engraçada. Era magricela, carinha laroca, por vezes parecia
uma rapazinho bonito mas apenas porque os meus pais adoravam que eu tivesse
cabelo curto (imagino que a minha cabeleira farta dava trabalho). Sempre fui
bem comportada, muito caladinha, não tinha irmãos e sempre me habituei a estar
comigo, a entreter-me sozinha. Digo muitas vezes que se fosse parar a uma ilha
deserta sobreviveria na boa apenas na minha companhia.
Era a miuda gira e engraçada para a minha família, para os amigos dos meus
pais, e imagino que para os meus colegas de escola. Pelo menos tive alguns
admiradores que me deram coisas como lápis bonitos com borracha em forma
de coração. Depois houve um dia, em que, com 6 anos, alguma pseudo-amiga
decidiu que eu tinha de casar com X (acho que se chamava Francisco) e eu fiquei
tão assustada porque não queria ser obrigada, que fugi a setes pés e só daí a
uma hora me encontraram. Mas, anyway, foi graças a essa carinha
laroca e simpática que tive a minha primeira paixoneta com 6 anos e dei o meu
primeiro beijinho, nessa altura, ao Leopoldo (rapaz que consegui descobrir na
net há uns 2 anos e que nem se lembrava que eu existia nessa altura... se
frustração matasse...) o rapaz cool da altura. Eu era a
eleita. E mal sabia eu que essa honra me seria negada por muitos anos a seguir.
Chegada aos 11...12 anos, começou o caos. Se o meu corpo florescia em todo o seu esplendor
(sempre fui magra e, segundo a minha família: elegante), a minha cara parecia
uma obra de Picasso em evolução (e não positiva). Passei de uma carinha redonda
e pele macia para uma cara assimétrica, esquisita e cheia de pequenas montanhas
que teimavam em não desaparecer (pelo contrário) com as hormonas em grande
revolução.
Infelizmente, foi nessa altura também que as minhas hormonas descobriram os
livros eróticos, os rapazes giros da escola, e descobriram também o que era ser
sempre a melhor amiga da rapariga gira. Esse foi o meu calvário durante anos a
fio... A diferença entre essa altura e agora, é que agora assumo que elas eram
de facto muito mais giras e carismáticas do que eu, mas que a partir dos vinte
e poucos anos também eu passei a ser carismática (lá dei a volta à timidez) e
gira, e a não ter problemas em arranjar namorado, e a ser concorrência tão
forte como as outras. Também aprendi, entretanto, que não foi por terem
beleza que a vida das "amigas bonitas" lhes correu melhor.
Como tudo, tudo tem prós e contras.
A minha técnica então - a sobrevivência é uma coisa fascinante - era ser a
melhor amiga dos rapazes. Era mais uma "one of the guys" versão
feminina bem estranha. Tinha as melhores conversas do mundo, mas nunca era
procurada nos bailaricos das festas para dançar. Lembro-me de ser uma de 2 ou 3
gatas pingadas, numa festa do aldeamento onde morava, em que estava perdida de
amores por um vizinho meu que tinha olhos para todas, menos para mim.
A coisa boa disso? desenvolvi o fenómeno chamado thick skin,
que me tem servido de muito quando a rejeição bate à porta, seja amorosa, seja
profissional, seja do que for. O que não nos mata torna-nos mais fortes, certo?
Hojes tou cheia de frases boas...
Presunção e água benta, cada um toma a que quer...
Um dia, resolvi, novamente perdida de amores pelo miúdo mais badalado do 8º
ano, escrever um bilhete de amor, no Dia dos Namorados. Consciente de que era a
"miúda feia" escrevi o bilhete anonimamente. Mas, ou não fui esperta
o suficiente, ou os outros eram de facto mentes brilhantes (e perversas)
e, no dia a seguir, já toda a gente sabia que era eu quem tinha escrito o
raio do bilhete. Hoje penso que foi o meu ar apaixonado e comprometido que me
denunciou. Ainda me lembro dos olhares de gozo e das bocas foleiras que ouvi
por causa desse episódio. Ainda tive esperança que o rapaz em questão viesse
falar comigo. Nem que fosse agradecer o bilhete tão querido que eu lhe
escrevera (já não me lembro do que escrevi). Mas hoje em dia também sei que as
alminhas dos jovens não dá para muito nessa altura. Por isso, perdoo o rapaz
lol. O que não não esqueço é ter 2 turmas inteiras a gozar comigo. Também
não esqueço que, já na escola da Madorna (onde hoje sei que
me passaram ao lado imensas pessoas lindas - fisicamente e de coração
- que actualmente já conheço) fui alvo de chacota pública por não ser gira como
as "miúdas das motas". A palavra "feia" foi-me atirada à
cara vezes sem conta, sem qualquer cerimónia. Muitas vezes vezes desejei que
eles morressem decapitados por uma viga a cair de um prédio em construção...
O engraçado é que eu olhava para o espelho e perguntava-me onde estava essa
pessoa feia. Só via os olhos meigos e traços finos. Mas lembro-me do dia em que
tive um choque de realidade. Tinha uns 15 ou 16 anos. Eram os meus anos.
Tinha nessa altura, e contra a vontade dos meus pais, deixado crescer o cabelo.
Ia sair a jantar com a minha família e sentia-me linda. Estava com um fato giro
(achava eu lol), maquilhada (sempre adorei ter uma tela, e a minha cara era
isso mesmo), com o cabelo lindo (achava eu...este também sofreu com as
hormonas), e, volto a dizer, sentia-me linda, linda. E o meu pai tirou-me uma
foto, eu toda sorridente no dia dos meus anos.
Quando passados uns dias veio a revelação da bendita foto... O meu queixo ia
caindo... A rapariga linda que tinha visto ao espelho, afinal era um sapo (ou
sapa neste caso) grotesco, de cara magra, sorriso estranho e picassiano, dentes
encavalitados. Não sei, mas parecia o resultado de uma fotografia rasgada e
amarfanhada. Pela primeira vez vi o que viam os outros. E dei-lhes razão. E
doeu. Afinal eu era mesmo a rapariga feia.
Desde então procurei não olhar-me muito ao espelho. Para quê? aquilo que eu via
afinal era uma ilusão. Eu amava-me (felizmente, penso agora, para meu grande
contentamento, sei que já nessa altura tinha alguma confiança em mim) e por
isso via no feio em mim o bonito. Quem ama o feio, bonito lhe parece, não é?
Mas eu tenho um mecanismos de defesa fenomenal. E passados um dia ou dois, já
tinha esse desgosto bem enterrado no meu baú do que "não se deve
pensar/lembrar demasiado, fingir que não aconteceu". E assim, foi mais
fácil receber os socos psicológicos que me acompanharam por muitos anos. (E
assim foi fácil aguentar um aparelho idiota nos dentes durante 3 anos, sendo já
uma mulher adulta).
Felizmente sempre tive amigos que viram em mim o que interessava, uma pessoa
com quem se divertiam. Eu via o mesmo neles, fossem bonitos ou não. Fui
descobrindo ao longo da vida que toda a gente tem traços bonitos. Não é preciso
ser-se perfeito, porque efectivamente a perfeição é aborrecida, já não há nada
a melhorar. E só não é bonito "quem não quer" - acredito piamente
nisto. Porque todos podemos enaltecer os nossos melhores traços, vestir-nos de
modo a favorecer o nosso corpo. E mesmo numa cara menos agradável, há sempre a
boca que é bonita, ou os dentes perfeitos, ou o sorriso lindo (seja porque é
Pepsodente ou porque simplesmente é maroto), ou o cabelo fantástico, ou o
formato da cara, ou as sobrancelhas bonitas, ou o desenho lindo dos olhos, ou a
cor deles. Mas sobretudo há a beleza interior (e isto não é conversa barata)
que é transmitida por esse traços. Porque uns olhos esteticamente bonitos numa
pessoa fria, egoísta, ou má, não são belos.
E fisicamente podemos sempre corrigir-nos: se somos gordos podemos emagrecer,
se somos flácidos podemos enrijecer. E no máximo, hoje em dia, se não gostarmos
do nosso nariz podemos tirar-lhe uma "fatia". O que não podemos é
embelezar uma pessoa feia de coração.
Um dia, irritada e zangada por tanta falta de apreço por parte do sexo
masculino, decidi amaldiçoar essa raça que só via beleza nas outras raparigas.
Jurei que um dia ia passar de patinho feio para cisne e ia fazer a vida negra a
muita gente.
Claro que não foi bem assim lol. Mas já beijei alguns sapos e encontrei alguns
príncipes entre eles desde esses dark ages lol. Fiz
sofrer alguns rapazes, mas sofri também. Rejeitei e fui rejeitada, mas também
amei e fui amada. Mas também descobri que melhor do que ser bonita (não é o
caso, mas lá está, se assim o desejar nao há nada que uma boa maquilhagem e atitude
não faça), é ser bonita e cool, ser bonita e generosa, ser bonita e
boa ouvinte, etc, etc. Ser tudo o que podemos ser de melhor.
Sei que não sou perfeita, a nenhum nível, mas acho que já sei quem sou, e posso
contar comigo mais do que com qualquer outra pessoa. E sei, mais do que nunca,
tenho a certeza disso, que a beleza está nos olhos de quem a vê.
quarta-feira, 5 de março de 2025
Salvar vidas
segunda-feira, 3 de março de 2025
Doentes
Olá meus caros,
Vocês não se vão lembrar disto daqui a uns anos, mas eu sim. Do dia em que fui ao mesmo hospital 2 x seguidas (uma vez de manhã e outra de tarde). O pessoal de lá já me dizia com ar de dejà vu "Eu conheço-a... não esteve aqui hoje de manhã?"
Depois de quase um mês a tossir e com uma carraspana brutal decidi ir pela 2a vez em 2 semanas ao hospital para tentar perceber se o mais velho tinha algo nos pulmões ou se algo me estava a escapar. Horas à espera (e pouca gente para ser atendida!) Exames feitos e tudo ok. Medicação dada para os sintomas que tinha e siga (continua com alguns episódios de ataques de tosse, mas tento abstrair-me).
Com ele fui ao início da manhã.
Chego a casa, íamos a almoçar e... o mais novo sentia-se pior, não conseguia comer nada, engolir nada, tudo era um esforço. Chorava, chorava. Febre a voltar a subir (chegou perto dos 40º durante pelo menos 3 dias...).
Penso: se for ao hospital agora, como é hora de almoço já deve estar mais vazio. É aproveitar.
E rumo novamente ao hospital. Horas infindáveis... é impressionante. Tinha 3 pessoas à minha frente e estive 4h no hospital... Hospital privado. Não percebo... Exames feitos, medicação prescrita. E um doente muito muito dramático. Se um dia ele achar que quer ser ator, tem seguramente uma carreira de sucesso pela frente... A certa altura entre uma careta a fazer esforço para engolir algo, e enquanto as lágrimas lhe escorriam pela cara, diz-me: "Mãe... preferia MORRER a ter de passar por isto..."
God... que o Deus do Teatro e do Dramatismo te ajude que eu não consigo...
A conferência
Bem meus caros...
Tem sido um corropio de posts e textos sobre a vinda do Robin Sharma cá a Portugal. Já estou com ligeira inveja e FOMO de não ter ido. Acredito que deve ter sido bem inspirador.
Li, entretanto, as seguintes palavras da Madalena Rugeroni sobre o evento:
Yesterday, I attended Robin Sharma’s conference in Lisbon, expecting leadership insights. Instead, I got more than that - a blueprint for escaping busyness, distraction, and stagnation. Here are my 5 takeaways:
1. People complain just enough to stay stuck—but not enough to change
It’s easy to say, “I don’t have time,” “I want more freedom,” or “I hate my job.” But most people don’t act because the pain isn’t bad enough yet.
Sharma challenged us to go 30 days without complaining. No blaming, no excuses, no “I can’t because…” Just full ownership.
If something isn’t working, fix it.
If you’re not where you want to be, change paths.
Complaining keeps you in the same place. Action moves you forward.
2. Nothing fails like success
The moment you reach the top, you’re at your most vulnerable.
Success creates comfort, and comfort kills growth.
The best leaders never stop learning. They never lose their curiosity, never assume they have all the answers, and never let success make them complacent.
The moment you think you've “made it,” you stop pushing, and others - hungrier, more eager, more willing to experiment - will surpass you. The ones who stay on top are the ones who keep open to learning.
3. Being busy is a distraction from doing what actually matters
Work is busier than ever, but real productivity is at an all-time low.
Notifications, meetings, emails - constant motion, but no real progress.
Sharma put it bluntly: an addiction to distraction kills creative production.
Most people use their phones for entertainment. Leaders use them for education. The only way to get ahead is to protect your time, cut the noise, and focus on meaningful work.
4. You don’t need a title nor permission to lead
Leadership isn’t about titles. It’s about ownership.
The old path says work for years, wait for a promotion, and hope someone else decides your worth. But the best leaders don’t wait. They build.
They take what they know and create something that gives them ownership over their work and their time.
5. If you want freedom, no one will hand it to you
No company, no job, no title will ever give you full control over your time. If you want freedom, you have to create it yourself.
Most people wait—wait for the right moment, the right offer, the right sign to start. But there is no perfect time. The ones who succeed are the ones who start before they feel ready.
Your expertise is valuable. Your knowledge is an asset. The question is: are you building something for yourself, or just for someone else?
Estas palavram ressoaram algo em mim. Tenho de meter na cabeça que vou conseguir. Não sei bem o quê... Um bom emprego estável? Na minha área? Noutra? Uma vida freelancer sem ordenado garantido, mas dona do meu tempo e propósito?
O caminho faz-se caminhando e eu estou a caminhar. Mas este caminhar lento e tão a medo já me irrita. Para a frente! Sem medos! O mundo é meu, só preciso de acreditar nisso.