sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

O senhor do mar

Vou muitas vezes andar/correr de manhã cedo, ao longo do mar. Desde que fiquei numa nova situação profissional tenho aproveitado. Não só me faz bem algum exercício físico, como vale ouro sentir o sol (se estiver sol) e o ar fresco na cara. Faz-me bem ao corpo, ao coração e, sobretudo, à mente.

Já não é a primeira vez que o vejo. Nunca prestei demasiada atenção, mas acho que é sempre o mesmo. Cruzo-me sempre com várias pessoas que vão para ali. E acabo por perceber que algumas são habituais, aquilo já é um modo de vida. Às vezes encontro pessoas conhecidas. Umas vezes é só um olá rápido, outras já envolve conversa e, outras ainda, até algum percurso comum.

Por vezes cruzo-me com um grupo de senhores dos seus 70 anos, todos homens. São uns 5. E, aqui há tempos, um deles disse-me Bom Dia. Achei curioso porque quando vou para ali vou de phones, estou no meu mundo, e mal ouço o que me possam dizer. Por vezes nem vejo bem quem passa.

Como sou uma pessoa cordial, dessa vez percebi o "olá como está" e respondi de volta. Mas acho curioso no mínimo. Conhecemo-nos de algum lado? Já falámos e eu não sei? É pai ou avô de alguém que eu conheça? Porque é que me cumprimenta? Cumprimenta toda a gente? Cumprimenta só as mulheres? As mulheres que estão sozinhas? As que estão acompanhadas?

Confesso que me deixa um bocado supreendida aquele cumprimento. Eu, se virar uma esquina e quase esbarrar com alguém, cumprimento-a. Há aqueles encontros que são tão in your face que acho má onda não dizer nada às pessoas. Aliás, dizer olá ou bom dia ou o que for é bom, sabe bem, sentimo-nos vistos e diria que o mesmo acontece no sentido inverso. Quem sabe se estamos a alegrar o dia a alguém.

Mas tenho mesmo curiosidade em perceber porque me cumprimenta ele a MIM. Hoje o tal senhor passou por mim sozinho e acenou.

É porque tenho um ar simpático? 

Estou confusa.


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