quinta-feira, 28 de abril de 2016

O dia em que me ia matando!

Pois é verdade. É verdade que os pais fazem tudo pelos filhos e embora o título disto seja um bocado dramático em relação à simplicidade da história :P foi assim que eu me senti na altura.

Ora bem. É preciso dizer que em minha casa ainda não há cancelas nas escadas para proteger a criançada. É algo que está na lista do to-do mas que ainda não do nada... Primeiro porque o raio das escadas são suis generis e porque até agora não houve muita urgência (o M. já é um miúdo crescido e pode descer e subir as escadas quando bem lhe apetece sem que fiquemos apreensivos), e, segundo, porque o P. sempre que vai para o piso superior tem-nos a nós colados, e porque ainda não há o risco de ele sair do quarto a meio da noite (ainda dorme no berço com grades).

Ora bem. Estava eu e o resto da famelga,  numa bela manhã, no piso superior da nossa casa, depois de biberão do P. tomado na cama, etc e tal, quando, depois de vestirmos o pikeno, começamos a ir para baixo. O macho adulto da casa foi antes ao nosso quarto buscar qualquer coisa e os miúdos seguiram-no. Tudo controlado. Ou pelo menos assim achava eu. A fêmea adulta da casa ficou literalmente 2 segundos para trás, no outro quarto a arrumar algumas roupas, quando vê a pulga pequena, repentinamente, fazer um desvio e dirigir-se às escadas. O desvio foi tão rápido que lhe ia dando uma coisita má... Só eram precisos uns 6 passos dele e estava à beira da escada e a olhar para o precipício. Ela dá um berro (um som estranho, mistura de grito assustado, a chamar pelo pai, com som de mãe-galinha boc!), e só tem o instinto de correr (eu diria literalmente amandar-se para fora da porta, assim tipo à guarda-redes) e tentar alcançar a cria antes que esta se estampasse escadas a baixo.
A cria, talvez por causa do grito, pára e olha para trás. O macho alfa da casa, que de repente já estava ali ao lado, pega nela rapidamente, e a mãe-galinha cai para o chão a soluçar, mix de imaginar o que podia ter sido com uma dor horrível no braço e no pé (pensei que tinha partido os dedos!!). Tinha batido com força na ombreira da porta durante o "processo de salvamento".
Jesus... que dores! Até tremia.

Conclusão: um braço com uma nódoa negra do tamanho do mundo, bem pisada e gira. E um dos dedos do pé todo negro (agora já está meio rosa/violeta). A coisa boa: acho que não parti nada. E a coisa melhor ainda? foi apenas um susto e a cria lá continuou a sua vida.
Mas a coisa mesmo mesmo boa? Foi ver a reacção do M. Ficou ali o tempo todo comigo sentado no chão, à espera que a coisa melhorasse (sim, deitei umas lagrimitas) e a perguntar se ainda doía. O meu filhote esteve ali ao meu lado, foi solidário, caneco! E isso fez com que eu rebentasse de orgulho. O meu miúdo é mesmo bom rapaz!

Que diferença. Aqui há 1 ano ou 2 ele continuaria na dele a brincar, sem ligar nenhuma, sem noção das dores dos outros. Está mesmo crescido. Ele não podia fazer nada, mas ficou solidário. Fiquei muito feliz pela atitude. Fiquei a imaginar se fosse um colega que se tivesse aleijado a sério. Provavelmente ele também ficaria ali a dar-lhe apoio ou então iria chamar alguém.


Conclusão: nas coisas menos boas podemos sempre ter momentos bons.

Ah! e conselho: não deixem de fazer hoje o que podem fazer amanhã. Isto é mais para moi même que nunca mais me aplico a ver uma solução para o raio das cancelas... Já estou a ver o P., daqui a uns tempos, já sem estar no berço, à noite a levantar-se e a resolver ir passear...
Cancela!! Cancela!! Temos de ir ver da cancela!


P. - 19 meses
M. - 5 anos (quase quase 6)

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