quarta-feira, 17 de junho de 2015

9 meses!

"E cá estou. 9 meses. O mesmo tempo que estive na barriga da minha mamã.

Estou grande e visto a roupa do meu mano de quando este tinha 1 ano (a etiqueta diz 12 - 18 meses). Toda a gente me diz que sou a cara dele (e até tenho muitas "expressões" dele, segundo os papás, mas tenho os olhos maiores e verdes, e um formato de cara diferente. Sou muito expressivo: ou dou sorrisos do tamanho do mundo ou choro muito sentido porque os meus papás se afastam (ou se já estou aborrecido de brincar sozinho) ou falo ao desbarato. A minha mãe derrete-se quando fico muito aflito se não me pega logo ao colo mal ela chega à escola; o meu pai derrete-se quando chega a casa e fico muito aflito se não me tira logo do chão ou da cadeira; e eu basicamente derreto-me quando o meu irmão me dá atenção - ele é o meu maior ponto de interesse. Observo atentamente todas as macacadas que faz, e faz mesmo muitas. Agora já me dá mais atenção. Há uns 2 meses atrás ignorava-me um bocado. Acho que topou que eu era competição forte. Eu não me importava muito porque os papás eram suficientes, mas confesso que a vida me sorri mais quando ele me dá beijinhos ou vem para ao pé de mim brincar.

Adoro a minha avó B. Ela é muito querida comigo e cuida muitas vezes de mim. Ah e já dormi muito boas sonecas ao colo dela! Também gosto muito do resto da família, sou sempre o centro das atenções e mimam-me muito.
Entretanto já pararam de me chamar o russo (ou o ucraniano), graças a Deus! Tinha um certo ar de leste sim, mas já o perdi não sei como. Fiquei com cara de rapazinho giro. Perdi as bochechas à la Mario Soares que a minha mãe tanto gostava (fazia-a rir bastante) e agora estou um redondinho mais magrito.

Não tenho ainda dentes, mas sinto-os a saírem, e isso dá-me muita vontade de morder furiosamente tudo o que me passa pela boca, desde bonecos, a dedos, mãos (até de outros), joelhos (de outros), tudo, TUDO! Babo-me imenso, e tenho de andar sempre com uns babetes engraçados, que parecem um lenço de cowboy, ao pescoço - mas ao menos tenho estilo!

Não sou miúdo de dormir muito durante o dia... para quê? tanta coisa para ver e fazer. À noite sim durmo bastante (claro que às vezes descambo!), mas adoro começar cedo o dia. 6h da manhã parece-me quase sempre uma boa hora! E não descanso enquanto não tomo o meu biberão do pequeno almoço! Fico sempre muito aflito para mo darem. E à noite, se não me dão o jantar à hora certa passo-me dos carretos literalmente. Aliás... aproximarem-se de mim com uma malga vossa quando falta mais ou menos ainda uma hora para eu ir comer... é um erro crasso! E na creche passaram a ter de me dar de comer mais cedo ao almoço e ao lanche, porque é tortura ver os meus amigos a comerem e eu a olhar. Comer é assunto sério e eu não brinco com assuntos sérios!

Uma altura curiosa do dia é quando os meus papás me deitam à noite. Ao contrário do que acontece durante o dia (mesmo ao fim de semana), eles dão-me um colinho bom até eu adormecer. A minha mãe tem a teoria que essa é a razão pela qual depois durmo tão bem durante a noite, porque me sinto hiper relaxado, amado e seguro. Já a ouvi dizer que lamenta não ter feito o mesmo ao M. Com ele tudo foi menos instintivo fruto da insegurança de primeira viagem. Ele, em bebé, era deitado mais para adormecer sozinho - como é "suposto" - embora com o tempo também tivesse grandes colinhos para dormir. Eu sempre fui deitado com calma e tempo. Toda a gente lhes diz que quando crescer não vou saber adormecer de outra maneira, mas acho que eles se estão a borrifar... Eu sou um fofo e de certeza que vou colaborar!

Ah, sabem eu acho é que a minha mãe tem super poderes! A sério que acho. É exímia a adormecer-me. Tenho muitas manhas e não gosto nada de ter de ir dormir. Ao contrário do meu mano que adormecia rapidamente quando estava cansado, eu fico elétrico e é mesmo difícil acalmar-me. Ao colo semi deitado eu esperneio, dou estaladas, arranho, puxo cabelos, choro irritado, e coisas assim. Claro que depois canso-me. Mas mal parece que já estou a adormecer... heis que me lembro que não quero dormir e expresso-me novamente com toda a indignação a que tenho direito! Mas no meio disto, apesar de também fazer fita com a minha mamã... não sei... há algo nela... aninho-me bem, faço a minha cantilena de adormecer, e muitas vezes ela olha-me nos olhos muito tempo, eu olho para ela e zás... parece feitiço, começo logo a querer fechar os olhos. Se ela olha para o lado, sem ser para mim, desperto logo! Mas se continua a olhar para mim o sono começa a chegar. E aquele bater do coração dela... sei lá... põe-me calminho, tenho a sensação de que já ouvi aquilo em qualquer lado...

Todas as tardes (e esta mordomia já só vai durar mais 3 meses) ela vai-me buscar cedo e segue comigo para casa. Por vezes vamos buscar o mano, mas dado que estou muitas vezes constipado ou com otites, ela acaba por me levar logo para casa. Se adormeço no ovo ela carrega com ele até dentro de casa e fico a dormir no meu quarto, dentro do ovo. Se não adormeço lá ela ainda vê se durmo um bocado na cama. Se não adormeço em lado nenhum e não estou mesmo para aí virado (o que tem sido bastante frequente) então ela senta-se comigo no meu tapete fofinho de bebé e ficamos ali quase 1h a brincar. Agora que já me sento sozinho sem ajuda, fico muito tempo a brincar com os brinquedos. A minha mãe brinca comigo. Por vezes também aproveita e vai dobrando roupa lavada. Outras vezes leva um tabuleiro e vai descascando lá os ingredientes para fazer as minhas sopas. Vou falando com ela. Adoro quando sorrio para ela e sou correspondido. Ela faz-me muitas festinhas e dá-me muitos beijinhos. Gosto muito!

Vem aí o verão e quero o tempo bem quentinho e sem muitas ventanias (senão os meus ouvidos sofrem) para poder estar à vontade e sem muita roupa, porque não gosto nada de me vistam.

Fiz agora 9 meses e estou mais do que preparado para as novas aventuras que aí vêm!



segunda-feira, 8 de junho de 2015

O dia do Judo

E finalmente (e ansiosamente) lá fomos ver o que tinha o nosso miúdo aprendido este ano nas suas aulas de Judo. O estacionamento estava calmo embora já cheio de carros. O interior da escola fervilhava com tendas de comida, rifas e afins, e muitos pais a conversarem entre si. Um insuflável agitava-se ao lado das tendas, com vários miúdos a saltarem animadamente. Levámos o M. ao balneário para se vestir e finalmente conhecemos o professor de Judo com quem trocámos umas palavras rápidas, para termos um feedback directo (e não através da professora normal). Uns balneários tinham meninas com patins e fitas coloridas (o cheiro a chulé dos patins é inconfundível e por segundos senti-me transportada ao pavilhão da ADO de aqui há uns anos, onde eu treinava), outros reuniam miúdos que davam murros no vazio, outros tinham miúdos com o equipamento de futebol, etc. Vestimos o M. com o seu fato branco (e cinto branco e amarelo - que ele tanto gosta de frisar dado que o ganhou à pouco tempo e significa que já aprendeu umas coisas) e deixámo-lo com o professor.
E ala para as bancadas, onde já algumas famílias se aglomeravam para verem os seus benjamins. O festival começa, com imagens projetadas e com as performances dos miúdos. O grupo de Judo avança então e eu fico em suspenso a ver o meu miúdo que ainda há pouco tempo era um bebé bolachudo e mal falava, a entrar muito solene (tudo juntamente com os outros miúdos do grupo) fazer a vénia antes de entrar no tapete, sentar-se no seu lugar, nova vénia (desta vez com as mãos apoiadas no chão) e depois a correr a ir por-se no seu lugar para fazer umas quantas demonstrações sobre como cair bem, saltos para a frente, cambalhotas e jogo de pés (tipo rasteiras). Deve ter durado 2 minutos no total a atuação dos pequenos (depois seguiu-se a dos mais velhos) mas eu fiquei embevecida. O meu bidu grande está mesmo grande. Adorei a concentração dele a fazer as coisas. No final de contas não fizeram nada de extraordinário (o professor tinha avisado que ainda era uma fase muito inicial) mas já havia coordenação, concentração, alguma exigência física e empenho. E eu, como sempre, lá fico fascinada por ver aquele ser já tão autónomo. Aquele bebé que era tão dependente, é cada vez mais independente. Faz coisas que outros lhe ensinam e começo a ver cada vez mais os traços da sua personalidade a desenvolverem-se.
É no entanto muito curioso a necessidade de aprovação e escudo do pais. Desde que entrara na parte do tapete, onde ia decorrer a atuação, o M. olhava para todos os lados a procurar-nos. Por fim lá nos encontrou e lá trocámos uns adeus e sorrisos aqui e ali. O que diferenciou de outras alturas é que em vez de se desconcentrar completamente a dizer-nos adeus a toda a hora, desta vez quando foi para "atuar" lá o fez e já não olhou mais para nós.
Estou babada. E sim, sou uma "mãe de bancada", lá estarei (sempre que puder e espero poder sempre) em todas as demonstrações ou jogos do meu filhote lindo.


M. - quase a fazer 5 anos.