quinta-feira, 27 de junho de 2013

A hora de dormir

... agora pela Rita Ferro Rodrigues:

"Adormece sempre em cima do meu peito.. Sempre .
Eu sei que os livros dizem que ele devia ser autónomo e adormecer sozinho . Tem 2 anos.
Mas eu que os li , sei que também preciso desse nosso momento para me encontrar comigo mesma . É um momento único de paz e ternura entre Mãe e Filho.
Às vezes a casa está cheia de amigos ( que bom!) há barulho na sala e tudo a acontecer. É nessas alturas que uma...
casa mais precisa da mulher que a habita: falta sempre tudo, mais um prato, o zyrtec para a amiga alérgica a gatos, o vinho branco que está no congelador esperando por ser bebido .
É nessas alturas de caos e alegria que ele me agarra na mão e diz " Mãe vamos dormir"
E eu vou .
Fugimos os dois para a nossa bolha de amor, colo, xuxas e festinhas, canções e paz .
Não vos sei explicar isto que sinto , o que significa este recolhimento.
Para alguns seria um sacrifício , para mim é o melhor momento do dia .
E depois ele adormece . Bochecha suada colada ao meu pescoço.
As pessoas não sabem mas as bochechas dos bébés foram feitas para ficarem coladas aos pescoços das mães .
Que se lixem os livros .
Enquanto ele quiser, eu estarei aqui de mão dada para o sono .
O mundo que nos aguarde lá fora.
Meu bébé querido."
 
Retirei isto do facebook dela. Fiquei muito comovida.
Afinal não sou só eu que penso e sinto estas coisas. Quer dizer. Eu sei que não. E também não me acontece o meu filho adormecer ao peito. Mas tocou-me a descrição que podia ter sido feita por mim. O meu bonequinho não me pede para ir dormir, aliás por ele nem ia, há tanto para fazer e ver... Mas quando o vamos deitar lá em casa, o último momento é sempre meu. Meu e dele. E é aí que reside provavelmente o melhor momento do meu dia. Aquele momento único e perfeito em que ficamos uns minutos numa bolha só nossa de mãe e filho, onde ele se lembra de algo que aconteceu na escola e conta, onde começa a pestanejar mais um bocadinho anunciando o joão pestana, em que se lembra novamente de algo e comenta, onde me pergunta se também gosto de "pôr a mão assim na almofada", onde se ri das cócegas que o meu cabelo faz na cara dele, onde ambos nos deliciamos com mais beijinhos e abracinhos de última hora (ele já deitado), onde ele tem absolutamente que me dar a mão para começar a dormir, onde todos os dias me pede para ficar mais um bocadinho quando eu me levanto para ir embora, e onde todos os dias eu cedo a isso 1, 2 ou mais vezes. O início de todas as minhas noites é sempre assim: muito doce.

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