domingo, 20 de novembro de 2011

Ultrapassar medos e outras coisas

Como já mencionei aqui, o meu bonequinho de quase 16 meses anda feito um homenzinho. Aproveito para dizer que para gaúdio geral já começou a dizer água (ába ou áua) e já está (táe ta). O máximo!
No entanto, continua com medo do seu arquinimigo: o medonho secador, colocado no topo de um armário branco que tenho na casa-de-banho. Sempre que ali passa aponta e se eu estou a secar o cabelo, ele quase treme e geme de medo. O olhar dele para o secador é de pura miaufa e nojo lol. Sempre me perguntei a razão deste medo, dado que o secador nunca lhe caiu em cima (credo) ou lhe fez qualquer mal.
Volta e meia tenho tentado aproximá-lo do secador, mas os sons de medo são tais que acabo por não insistir não vá traumatizar o pequeno. Insistir aos poucos é o segredo, acho eu.
Nestes últimos dias, quando ao colo, já tem olhado mais nos meus olhos, já o sinto a gozar o colinho, a sentir-se em segurança. Por isso, hoje tomei coragem e insisti um pouco mais, a ver se quebrava o medo. 
Com ele ao colo tirei o secador para baixo. Começou logo a queixar-se, tremer e olhar para a porta (deixa-me sairrrr). Saí com ele da casa-de-banho e fui dar uma volta pelo corredor. Voltei  novamente ao pé do objecto temido e desta vez pegue-lhe e aproximei-o de nós. Novo gemido. Comecei a falar baixinho, a dizer que o secador era muito lindo, assim como M., para não ter medo, muitos beijinhos no M., alguns no secador (lol). Parou com os gemidos embora tivesse um ar super desconfiado lol. Passei à parte do aliciar - comecei a mostrar-lhe os botões. Começou a achar então que talvez aquilo tivesse algum interesse, mas mal tocou no dito, novo gemido de miaufa! 
Voltei a dar nova volta pelo corredor, distrair com outras coisas, beijinhos, risotas. Nova ida ao pé do secador (sempre ao colo) :)  Desta vez já lhe tocou e mexeu nos botões um bocado. Passado uns bons segundos já estava mais entretido com o novo livro que comprei ontem e que estava ao lado, em cima do muda-fraldas. Já estava pronto para outra e penso que com menos medo do objecto. Qualquer dia já o trata por tu. É um tonto lindo o meu amor. Fiquei muito orgulhosa.

Entretanto, hoje foi mais um aniversário da minha mãe. 61 anos. Como o tempo passa. Ainda me lembro dela com 36 anos (quase a mesma idade que eu tenho...), linda, cheia de energia, cheia de desafios, cheia de garra. Ainda a vejo assim com essas características. Ela é que começa a não se ver. Volta e meia já usa a palavra velha. Como é possível. De todo. Mesmo! E não nos vamos esquecer que 60 anos agora não são 60 anos da geração dos meus avós, em que aos 50 anos as mulheres já eram matronas sem piada nenhuma. Pergunto-me se, tal como eu, se sente com 10 anos menos. Se acordou hoje e pensou - caramba tenho 61 anos! como é que vim cá parar. Espero que a vida não lhe pese muito, que os problemas não lhe tirem o sono. Porque tudo melhora, só pode.

Pergunto-me, quando tiver 61 anos, onde estarei. Como estarei.

Tem uma boa noite querido diário.

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